O jornalista Rui Santos entregou uma queixa-crime na Polícia Judiciária na sequência das ameaças que tem recebido pessoalmente e através das redes sociais, depois de um comentário feito na CNN sobre as expulsões de Sérgio Conceição, treinador do Futebol Clube do Porto. O jornalista diz-se cansado de ser ameaçado e promete “não pactuar mais com este sistema”.
“Não podemos aceitar que, debaixo do guarda-chuva das rivalidades clubísticas, se abriguem todo o tipo de crimes (sejam eles de injúrias ou de ameaças concretas à integridade física de cada um de nós) e que eles entrem no quadro de uma certa normalidade e banalização, que afectam a nossa condição de cidadãos, com direitos e deveres, à luz da Constituição da República”, escreve Rui Santos.
Na sequência desta queixa, a Associação dos Jornalistas de Desporto (CNID) já condenou publicamente as ameaças: “Ter opinião e transmiti-la através de um Órgão de Comunicação Social, é um direito, e um dever, dos jornalistas, desde logo porque é balizada pelas leis de um país democrático e pelos códigos que regem a profissão”, escreve a associação em comunicado. “Quem achar que um jornalista não cumpre com as leis do país tem um bom caminho – o dos tribunais”.
Entretanto, o Conselho de Redacção do Porto Canal demarcou-se de um artigo publicado no seu site no dia 10 de fevereiro, na qual foi identificada a mulher do jornalista Rui Santos, bem como a morada do espaço comercial do qual é proprietária. “Enquanto jornalistas, portadores de carteira profissional e cientes e zelosos de cumprir o Código Deontológico dos Jornalistas, repudiamos por completo o facto de conteúdos que não obedeçam às regras mais básicas do jornalismo serem publicados nos meios informativos que a estrutura azul e branca detém. Demarcamo-nos da publicação em causa e assumiremos publicamente essa posição”, pode ler-se na nota interna a que a CNN Portugal teve acesso.
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