O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, recusou-se na quarta-feira, dia 26 de Setembro, a responder aos vários jornalistas que o questionaram durante o Mobi Summit, em Cascais, alegando que só respondia aos “media partners” do evento. A pergunta dos jornalistas, que nada tinha a ver com o evento, era sobre um investigador da Universidade do Porto que disse temer o agravamento da degradação da qualidade da água do rio Douro, na sequência da diminuição de caudais anunciada pelo Governo espanhol.

A Comissão da Carteira Profissional do Jornalista (CCPJ), a quem vários jornalistas se queixaram, disse em comunicado que “este caso configura um grave atentado à liberdade de imprensa e ao dever de equidade dos responsáveis governamentais para com todos órgãos de informação jornalísticos”, tendo prometido “apurar junto do Ministro do Ambiente e dos parceiros mediáticos do evento Portugal Mobi Summit, as condições negociadas que estão na base deste inédito “exclusivo” jornalístico anunciado por um membro do Governo”.

Entretanto, a 3 de Outubro, o jornal Página Um revelou que a Global Media terá recebido 150 mil euros da empresa municipal Cascais Próxima para exercer “serviços de mediatização” da edição deste ano da Mobi Summit. O contrato entre as duas entidades está disponível no Portal Base, a base de dados dos contratos públicos.